POESIA
Àporo
Um inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terra
sem achar escape.
Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?
Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:
em verde, sozinha,
antieuclidiana,
uma orquídea forma-se.
(Carlos Drummond de Andrade. Àporo. Disponível em: https://ruidurbano.wordpress.com/2010/02/23/aporo-carlos-drummond-de-andrade/